Alvenaria Bloco de Concreto
CONCEITO
Concreto celular é um concreto leve, fabricado a partir de uma mistura de cimento e materiais silicosos. O processo de fabricação permite a formação de um composto químico de elevada porosidade. Esse composto químico, o silicato de cálcio, caracteriza-se por sua grande resistência mecânica e estabilidade dimensional. A estrutura do concreto celular muito uniforme, permite que o produto seja bem leve e excelente isolante térmico e acústico. É um sistema autoportante.
TIPOS/MODELOS
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Concreto celular autoclavado: mistura de areia fina, cal micronizada, cimento, gesso e água aquecida a cerca de 40°C. A essa mistura é adicionado pó fino de alumínio metálico;
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Concreto celular espumoso: a incorporação de ar é conseguida através da adição de espuma, obtida por um gerador, e essa espuma é misturada à argamassa. Moldado “in loco”.
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PROCESSO EXECUTIVO/TÉCNICA EXECUTIVA:
Processo de fabricação:
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Mistura do cimento com os materiais silicosos, introdução de produtos químicos destinados a criar a estrutura celular;
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A massa produzida é despejada em grandes carros (moldes) que são colocados nas camas de pré-cura a vapor;
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O produto é cortado nas medidas desejadas em máquinas automáticas.
Montagem:
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O empilhamento dos blocos deverá ser sempre em pé e nunca deitado, para evitar que os debaixo, sobrecarregados com o peso dos demais, se quebrem ou se trinquem;
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Devem ser molhados no momento da aplicação;
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As paredes são levantadas como se fosse alvenaria comum, inclusivo quanto à amarração e esquinas;
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Não há necessidade de reforço com ferros, exceto quando o pé-direito ou a distância entre amarrações seja superior a 18m², em média;
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As esquadrias podem ser fixadas diretamente nos blocos por meio de grampos, chumbados com cimento e areia;
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Na sua aplicação utiliza-se ferramentas usuais de pedreiros, como o uso de um serrote de carpinteiro para subdividir os blocos, rasgar ou cavar;
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A argamassa de assentamento é feita com uma parte de cimento por três partes de cal e dez partes de areia média peneirada. As juntas não deverão ultrapassar a espessura de 1 cm;
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Fazer o cunhamento juntos as vigas e lajes. Para dar perfeita estabilidade às paredes, convém aguardar que a argamassa do assentamento esteja bem seca e que o painel superior esteja carregado. As cunhas devem ser feitas do mesmo material, aproveitando sobras ou quebras;
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Antes de revestir as paredes, é necessário limpá-las bem e se necessário, umedecer a superfície.
CUIDADOS GERAIS NA EXECUÇÃO:
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Antes do assentamento o tijolo deve ser molhado, eliminando a camada de pó que envolve o tijolo e facilitando sua aderência e impede também a absorção pelo tijolo da umidade da argamassa;
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Perfeito prumo na disposição das diversas fiadas;
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Desencontro das juntas para que a amarração seja perfeita, evitando-se a soleira (sobreposição de juntas);
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Nível das diversas fiadas;
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Saliências maiores que 4 cm devem ser preenchidas com os próprios tijolos da alvenaria, sendo vetado o uso da argamassa;
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Não cortar o tijolo para formar a espessura da parede;
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Paredes que repousam sobre vigas contínuas devem ser levantadas simultaneamente, não tendo mais de 1 m de diferença de altura entre elas;
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Não construir paredes inferiores a meio-tijolo;
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Vãos situados diretamente sobre o solo levarão vergas no caso de portas e vergas e contravergas no caso de janelas;
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Para lajes de concreto armado apoiadas em alvenaria, deverá ser construída no respaldo, juntamente com a laje, uma cinta de concreto armado;
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Cargas concentradas, como vigas, não deverão apoiar-se diretamente na alvenaria, mas sim em coxins de concreto armado.
MATERIAIS:
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Concreto (cimento, brita, areia, água, aditivos);
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Bloco de concreto celular;.
PROPRIEDADES:
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Vantagens no uso de concreto celular:
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Pode ser utilizado nas paredes externas com espessura de 10 cm e nas paredes internas com espessura de 7 cm;
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O material é leve, o que reduz as cargas, e consequentemente, os custos das estruturas e das fundações;
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Devido ao grandes tamanho dos blocos, há economia de argamassa de assentamento;
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A regularidade na espessura do material permite um sensível redução da argamassa de revestimento;
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Reduz o custo de aplicação das instalações elétricas e hidráulicas pela facilidade de se rasgarem as paredes.
2. Desvantagens no uso de concreto celular:
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Não possui juntas argamassadas verticalmente, devido ao seu tamanho, diminuindo as ligações dos blocos entre si;
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Tem alto custo.
NORMAS TÉCNICAS DE REFERÊNCIA:
ABNT NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto;
ABNT NBR 8953 – Concreto para Fins Estruturais;
ABNT NBR 12644 – Concreto Celular Espumoso.
OUTRAS REFERÊNCIAS:
LIBRELOTTO, Lisiane Ilha. Apostila de Tecnologia das Edificações II, Universidade Federal de
Santa Catarina – Departamento de Arquitetura e Urbanismo. 2010. (Documento não publicado);
Produção de Concreto Celular a Partir de Resíduos. Documento não publicado, disponível em: http://www.pmt.usp.br/ACADEMIC/jtenorio/larex/trabalhos/Producao%20de%20Concreto.pdf.