Radier
REFERÊNCIAS
NORMAS TÉCNICAS DE REFERÊNCIA:
• ABNT NBR 6112 – Projeto e execução de fundações;
• ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto;
• ABNT NBR 6484 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT;
OUTRAS REFERÊNCIAS:
BARROS, Márcia. Apostila de Fundações, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – Departamento de Engenharia de
Construção Civil. 2003. (Documento não publicado)
Bases concretas. Revista Téchne, edição n° 83. Editora Pini, São Paulo, Fevereiro de 2004.
LIBRELOTTO, Lisiane Ilha. Apostila de Tecnologia das Edificações II, Universidade Federal de Santa Catarina – Departamento de Arquitetura e Urbanismo. 2010. (Documento não publicado).
LIMA, Eduardo Campos. Radiers. Revista Equipe de Obra, edição 421, Novembro de 2011. Disponível em:http://www. e q u i p e d e o b r a . c o m . b r / c o n s t r u c a o -reforma/42/artigo241672-1.asp
CONCEITO
O radier é uma única laje de concreto armado ou protendido, em contato direto ao solo, na qual se apoiam todos os pilares e carregamentos diferentes dos pilares, e as ocasionais pressões do lençol freático (armadura negativa). Ditribui a carga total da edificação uniformemente pela área de contato. utilizado principalmente em casas térreas e sobrados

MATERIAIS UTILIZADOS
PROPRIEDADES
-
O consumo de concreto é diminuído com o emprego de protensão.
-
Por ser uma peça inteiriça tem alta rigidez, muitas vezes evita grandes recalques diferenciais.
-
As cargas são distribuídas diretamente no solo.
-
Uma vantagem é que sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores, porém a execução de todos os serviços enterrados como instalações elétricas e sanitárias devem ser feitas anteriormente à sua concretagem.
-
Onde serão executadas as instalações de esgoto o radier não deve ser executado para facilitar o acesso à tubulação no caso de manutenção. Isso deve ser previsto já em projeto.
-
Comporta-se como uma laje de piso invertida, por isso todas as possibilidades de estruturação de piso são válidas.
-
Sua armadura pode ser constituída de malha de aço montada no local, ou de tela soldada. As telas podem ser posicionadas de duas maneiras: telas duplas colocadas em ambas as faces (inferior e superior) da placa, absorvendo os momentos fletores negativos e positivos; ou a tela pode ser posicionada no meio da espessura da placa, absorvendo momentos positivos e negativos.
-
Sua execução junto a taludes requer cuidados, pois qualquer movimentação do solo pode causar desestabilizações ou recalques no edifício.
-
A redução econômica pode chegar a 30% quando comparado com outras fundações
MÉTODO/TÉCNICA CONSTRUTIVA
1. Executar a abertura da vala através de escavação;
• A vala escavada deve ter a profundidade calculada em projeto para o radier;
• Deve estar limpa de todo e qualquer material orgânico.
• Nervuras centrais ou engrossamentos de borda de laje devem ser cavados no solo e mantidos limpos até o momento da concretagem.
2. Compactar a camada do solo resistente, apoiando o fundo e nivelando-o;
3. Caso seja necessário, deve-se efetuar drenagem no entorno da base;
4. Formas de borda da laje:
• Devem ser posicionadas no nível do projeto e fixadas adequadamente para evitar sua movimentação no momento da concretagem.
• Se a estrutura será protendida, as formas tem de ser suficientemente fortes para suportar as ancoragens dos cabos de protensão;
5. Camada de brita nº 2 ou areia, de aproximadamente 7 cm, bem compactada:
• Diminui o atrito da laje com a base;
• Quebra o efeito capilar da base.
6. Tratamento contra infiltração:
• Aumenta a impermeabilidade;
• Evita a perda de água do concreto durante seu lançamento;
• Diminui o atrito da laje com a base.
7. Colocação da armadura ou dos cabos de protensão (cordoalha):
• Os cabos já devem ter uma ancoragem firme em uma das extremidades;
• Devem ser estendidos em ambas as direções e serem suportados por cadeiras especiais com alturas adequadas, ou por “bolachas” de concreto de resistência suficiente;
• Devem ser fixadas através de pregos longos ou arame recozido à forma, garantindo o recobrimento de 20 mm de concreto entre a face da forma e a ponta da cordoalha;
• Posicionam-se as ancoragens ativas (onde o cabo vai ser protendido); 8. Posicionamento das tubulações elétricas e de esgoto;
• A tubulação será embutida, deixando suas extremidades atravessarem a laje;
• Deve-se evitar a passagem vertical das canalizações através das nervuras. Mas se for necessário, deve-se prever vergalhões de reforço adicionais nas nervuras.
• A tubulação deve ser isolada para evitar aderência com o concreto.
9. Verificação: • Antes da concretagem, verifica-se o nivelamento com nível laser, nos quatro cantos da forma;
• É aconselhável conferir se os pontos da tubulação estão locados corretamente.
10. Concretagem radier armado:
• O lançamento do concreto pode ser feito com bomba ou jerica;
• O nivelamento é garantido por meio de mestras metálicas;
• O acabamento superficial é obtido por sarrafeamento, desempenamento e acabadora mecânica de superfície.
• O acabamento não pode ser liso demais, porque a textura deve permitir a aderência da argamassa.
11. Concretagem radier protendido:
• Na concretagem do radier que será protendido, deve-se evitar pisar nas cordoalhas de protensão ou encostar-se a elas a ponta do vibrador, para não desloca-la.
12. Protensão:
• A resistência mínima à compressão do concreto deve ser de 21 Mpa;
• A protensão é feita através de um macaco hidráulico, que fica encostado na lateral do radier, onde se prende o cabo e o estica;
• Depois do tensionamento, é realizado o corte da cordoalha, que fica ancorada na placa.
CUIDADOS GERAIS NA EXECUÇÃO
-
Terreno deve estar bem nivelado e compactado;
-
A espessura de recobrimento do aço deve ser garantida por espaçadores industrializados ou feitos no local da obra;
-
Manter o correto posicionamento das armaduras ou cordoalhas;
-
Manter a regularidade da espessura do radier, através de gabaritos e do correto nivelamento do terreno;
-
Correta execução do tratamento contra infiltração;
-
Deve-se cuidar para que o filme plástico usado para impermeabilização não venha a se sobrepor à armadura de protensão por efeito de ventos, de forma que possa provocar o surgimento de vazios na laje durante a concretagem;
-
Locação dos eixos dos pilares;
-
Os cabos devem chegar ao local da aplicação já com uma ancoragem firmemente fixada em uma de suas extremidades.